Quer velejar nas ondas???

 

Velejar nas ondas evoca todo tipo de sensações, prazer e até porque não medo… Quem nunca sentou à beira da praia para admirar surfistas, velejadores mesmo ou simplesmente uma onda quebrando em toda sua plenitude e força? É uma das mais belas forças da natureza.

Mas e daí? E pra velejar nas ondas? Com um pouco de orientação e com os novos SUP’s e modernas pranchas de wave, todo velejador capaz de dominar uma prancha abaixo de 120 litros tem condições de velejar em ondas pequenas, medias ou até mesmo nas grandes. É mais fácil que aprender o jibe!

 

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Mas… você é bom o suficiente?

Essa é uma das perguntas mais frequentes que cada velejador faz a si mesmo antes de se aventurar nas ondas. É comum o velejador não se sentir preparado e deixar de lado.

Velejar em ondas não tem nada a ver com idade, porém sim, respeite o que estiver fazendo e conheça suas limitações. Importante é um bom preparo físico e por que não o uso de um colete flutuador? Não seja demasiado tímido. Especialmente com o advento dos SUP’s velejáveis, surfar uma onda pequena em condições de não planeio e sem habilidades de velejo em ventos fortes tornou-se incrivelmente acessível. Mas também é verdadeiro dizer que a verdadeira diversão começa, quando você é capaz de brincar nessas mesmas ondinhas porém usando o trapézio e planando.

Se você domina uma prancha de 120 litros ou inferior e sabe dar um waterstart, definitivamente você já tem seu passaporte para as ondas. Velejar em ondas tem muito pouco a ver com sua velocidade de planeio ou habilidade no jibe. Porém é logico que se você souber, ajuda. As habilidades para o velejo em ondas são distintas e muitos diriam até mais fáceis que aprender a dar um jibe cavado.

 

Dicas top para velejadores iniciantes em ondas:

Evite grandes bancos de rebentação ou sair diretamente contra as ondas em sua primeira sessão. Procure um local com vento transversal às ondas, facilitando a saída nas ondas e reentrada no mar, e onde seja possível sair de águas lisas para então seguir para ondas pequenas, ou ainda utilize um canal (larga mar) quando existir. Procure ondas bem definidas e se possível, gordas (não tubulares). Ondas normalmente chegam à praia em séries. Procure sempre cruzar a rebentação nas menores entre as séries.

 

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Vento transversal quando bate um pouco terral, é melhor para surfar as ondas, conferindo mais pressão à vela e sensação de velocidade. Vento mais maral (transversal orientado um pouco do mar), funciona melhor para saltos pois o vento sopra mais limpo atrás das ondas.

Como saber se estou na onda? Se você perceber uma repentina e agradável aceleração, você está na onda. Neste caso não veleje reto. Tente virar para um dos lados (dependendo do vento). Se for reto você perderá a onda. Quando as ondas crescem, formam-se buracos de vento entre elas, sendo ainda mais aconselhável permanecer na onda para maior velocidade e estabilidade.

Ao contrario da crença popular, velejar ondas grandes é mais fácil (longe da parte de quebrança), que ondas pequenas, pois normalmente possuem sua formação já pronunciada desde longe e são portanto mais fáceis de serem apanhadas e de permanecer nas mesmas.

 

Como sobreviver a um belo caldo nas ondas?

Cair e de repente se encontrar dentro da “máquina de lavar roupa” pode não ser uma experiência muito agradável (acontece a todo velejador iniciante nas ondas), mas normalmente machuca mais o ego que o resto de você mesmo. Aqui vão algumas dicas simples para este momento anti-panico:

  • Estando na região de quebrança, encare as ondas com o bico da prancha voltado para a frente, empurrando a prancha contra a onda e sempre tentando manter o rig fora da água. 
  • Caso caia em frente a uma onda, sempre tente se manter abaixo do rig, e com ajuda do vento livrar a vela da água quando possível.
  • Esteja sempre posicionado para o lado da onda e upwind (lado do vento), para evitar que a força da água empurre o rig contra você.   
  • Evite se espernear como um doido durante o waterstart. Caso existam pedras no fundo, estas podem ser afiadas.    
  • Fazer o puxão ou o waterstart da maneira que a vela caiu na água, ao invés de dispender tempo e esforços nadando para posicionar o rig na água.  

 

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  • Caso seja pego por uma série, agarre firmemente a ponta do mastro (segure com ambas mãos) e mergulhe (você e a ponta do mastro) imediatamente antes das ondas atingirem você. E segure firme.       
  • Aqui acrescento uma dica que o Jean do Windville e sua filha Mariana conseguiram com o Kauli no RN: Ao cair, nunca deixe a ponta do mastro apontada pra praia (e aqui vem a explicação parcial da dica anterior), pois a força das ondas irá empurrar a prancha contra a vela, em consequência a ponta do mastro irá afundar, enterrando na areia e quase certo levando a uma inevitável quebra do mastro.
  • Ainda em relação à dica de mergulhar agarrado na ponta do mastro em frente às ondas. Este conceito segue mais ou menos o conceito do peixinho pra quem curte o surfe… Lógico que o restante do rig e prancha não mergulham com você, mas esta é a razão de segurar firme após a onda.
  • Procure na fase inicial, material mais reforçado (velas com x-ply ao invés de monofilme, pranchas mais reforçadas, etc…).

 

Como se preparar para o velejo nas ondas? 

É essencial ter o material correto, bem regulado e estar fisicamente bem. No velejo em ondas, é muito comum os velejadores experientes chegarem ao ponto de velejar com uma prancha de volume igual ao próprio peso, mas para iniciar, uma boa prancha de 120 litros ou abaixo já serve.

Posicione as alças da prancha bem para a frente, um pouco mais abertas para aumentar o conforto e facilidade no planeio e somente uma atrás. Monoquilha é o ideal para iniciar. Pranchas com mais quilhas funcionam para quando você estiver no nível de batidas radicais no lip da onda.

Monte seu rig para a onda e não para o vento. Existe muito vento aparente no momento em que você estiver na onda, isto sem falar na energia da própria onda. Para velejo em ondas, as velas devem estar abaixo dos 6m².

Ajuste de seu rig em comparação ao velejo freeride: Abaixe um pouco a altura de sua retranca e aumente o comprimento do kit trapézio, para facilitar o engate e desengate.

 

Fonte: www.windwise.net/news/324-learn-to-windsurf-in-waves

 

Bons ventos e boas ondas a todos,

 

Carlos Jürgens

 

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