Freeride x Freestyle x Freestyle Wave

 

Encontrando a prancha ideal para voce!

 

A revista Windsport trouxe em 2012 (e que ainda considero bastante atual e interessante), uma matéria interessante sobre a melhor escolha entre os 3 modelos de prancha mais comuns no range de 110 litros – Freeride, Freestyle e Freestyle wave. Claro, nesta faixa de volume existem ainda as opões de freerace, slalom e wave pura, mas estas são facilmente identificáveis e altamente especializadas para o fim especifico a que se destinam.

 

Freeride: Como prancha freeride, foi testada a Goya One 116. É uma prancha distinta das demais do teste e classificada como uma clássica prancha de Freestyle, sem inclusive a opção de alça única na traseira. Com isto, o posicionamento de pés é mais para as bordas e mais pressão é gerada na quilha, sendo que a original de 42cm MFC Liquid Pro, gera tanto lift que você irá literalmente sentir a prancha velejando somente na quilha.

 

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A consequência disto é que pranchas freeride são bem adaptadas para águas calmas ou com poucas marolas e que conferem certa dificuldade para manter o controle e velocidade com o aumento da ondulação.

O mesmo ocorre no jibe. Em águas lisas, o posicionamento de alças mais aberto ainda permite a entrada e conclusão de jibes em velocidade com razoável conforto, porém em águas agitadas a conclusão de um jibe perfeito vai depender bastante da habilidade do velejador.

A conclusão é que pranchas freeride são mais adequadas para águas lisas e para aqueles que curtem a adrenalina da velocidade. Claramente ainda existe um grande passo entre as freeride e as freerace e slalom puro em se tratando de limite, porém quando comparadas com as outras duas categorias desta matéria, as freeride são a melhor opção para quem curte velocidade sem stress.

 

Freestyle Wave: Exocet Cross 114 e Fanatic Frewave 115 eram na época, as mais disputadas e conceituadas opções em se tratando desta categoria de pranchas.

 

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Freestyle Wave tornou-se o termo para descrever as pranchas mais “redondas” do mercado. O nome obviamente indica que podem ser utilizadas para qualquer modalidade entre Freestyle e Wave (velejo em ondas), mas isto deve-se ao fato de serem pranchas macias e controláveis, relativamente fáceis de velejar, conferindo o que praticamente todos nós queremos, uma prancha que plana fácil, rápida e controlável. Os volumes testados são praticamente os maiores nesta categoria.

De forma geral entregam o que se espera de uma prancha do tipo: Alças mais abertas, conferem maior velocidade final e um velejo mais do tipo freeride, enquanto com as alças fixadas na posição mais fechada, permitem a ambas um bom velejo em ondas.

Olhando porém para o shape das pranchas e comparando o formato de bordas, e tipos e dimensões de quilhas, percebe-se claramente a diferente vocação de ambas.

 

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A Cross é uma prancha muito rápida e que permite um velejo bastante confortável, que oferece uma performance fantástica com pouco esforço. Já a Freewave é um pouco mais difícil de velejar, que entretanto presenteia um jibe muito mais cavado e uma melhor sensibilidade e controle. Basicamente percebeu-se a Cross como uma Freestyle-wave com uma performance muito próxima da esperada pelas freeride puras, enquanto a Freewave é mais voltada ao velejo em ondas.

 

Freestyle: É incrível ver as manobras que os velejadores atuais de Freestyle são capazes de fazer. Com base nisto, o primeiro pensamento que nos vem à mente, é que este tipo de prancha se aplica unicamente a estes acrobatas e contorcionistas do windsurf. Na realidade existe uma razão pela qual estas pranchas são usadas para este tipo de manobras: são muito fáceis de velejar.

No teste foi utilizada Uma JP Freestyle 106, a mais curta do teste e também a mais larga. Muita espessura e volume na traseira além de opção única de alça traseira centralizada. Alças dianteiras bastante à frente e próximas uma da outra. Tambem a quilha é a mais curta do grupo além de mais larga.

 

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Na água tudo isto se traduz em um velejo estável e com muito torque e planeio fácil. Fácil mesmo. O tamanho de vela usada nesta prancha para fazê-la planar era menor que as usadas nas demais pranchas testadas.

E mais, a posição avançada e centralizada das alças, encoraja o velejador a um posicionamento mais ereto e o conjunto funciona melhor se forem utilizadas velas menores e bem ajustadas.

A desvantagem é que este posicionamento não permite colocar pressão na quilha e portanto, os amantes da velocidade jamais conseguirão realmente tirar proveito deste tipo de prancha.

Perfeita para manobras em águas relativamente lisas, ainda funciona bem nas ondulações, apesar do volume acumulado na traseira e formato das bordas levarem a um velejo bastante “batido” e não muito confortável. Nas mãos de velejadores experientes, esta aparente desvantagem transforma-se num algo mais para ponto de partida aos Vulcan, Flaka e Kabacuchi da vida…

 

Enviei recentemente um email ao meu amigo Leonel Melo Serra, questionando sobre a melhor prancha para meu uso. Como resposta veio uma explicação a mais para o descrito acima. Conforme ele, o conceito de Freeride ampliou muito:

 

“Na Europa não se fala mais em Freeride.

Agora existem as Freewave, Freecarve, Freemove e Freerace.

As Freewave são dóceis e fáceis de velejar.

Quanto melhor forem no surf, menos orçam e demoram mais a planar. Isto é função da curva de fundo, que é mais acentuada para uso nas ondas.

As Freecarve são radicais nas manobras e as Freemove são as que mais se assemelham ao antigo conceito de freeride, com velejo fácil e despreocupado, enfrentando bem águas calmas a marolas e ondas gordas, muito controláveis em saltos e manobras normais.

As Freerace são para quem abre mão da facilidade nas manobras em troca de velocidade.

Se você olhar por este foco, tem velejador e pranchas para todos os gostos.

– Leonel Melo Serra.”

 

Bons ventos a todos,

 

Carlos Jürgens

 

 

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