Extraído do Blog Guia Radical de 06/04/12 e atualizado no site oficial da competição.

 

Puma ganha trecho mais longo da regata de Volta ao Mundo com a incrível diferença de apenas 12 minutos para os espanhóis. Público se emociona com chegada de Joca Signorini, do Telefónica, segurando a bandeira do Brasil

 

Itajaí (SC) – A perna mais difícil e apertada da história da Volvo Ocean Race merecia uma chegada apoteótica em Itajaí. E foi isso que ocorreu nesta sexta-feira (6). A quinta etapa da Regata de Volta ao Mundo foi vencida pelo Puma após quase 20 dias de travessia desde Auckland (Nova Zelândia) e mais de 12 mil quilômetros velejados. 12 minutos e 39 segundos depois, no melhor estilo match race, foi a vez do Telefónica aparecer nas margens do Rio Itajaí Açu para a alegria das 25 mil pessoas que esperavam ansiosamente pelos barcos desde o início da manhã na Vila da Regata e nos moles. A bordo do veleiro espanhol, Joca Signorini fez a festa com bandeira do Brasil nos ombros.

"Foi uma das maiores emoções da minha vida. Mesmo chegando em segundo, ouvir toda essa galera gritando meu nome é muito motivador. Me sinto feliz e esse momento é inesquecível. Me sinto em casa", comemora Joca Signorini. O Telefónica lidera a Volvo Ocean Race com 147 pontos. O Puma está em segundo com 113.

O resultado era imprevisível até o Puma cruzar a linha de chegada no Farol do Mole depois de 19 dias, 18 horas e 9 minutos. Todos esperavam a chegada em Itajaí às 8h, mas a falta de ventos na passagem por Florianópolis atrasou em quase 10 horas o fim da aventura. Os norte-americanos comandados por Ken Read venceram uma etapa pela primeira vez nessa edição, mas a conquista foi suada. Desde a quinta-feira, os espanhóis do Telefónica tentavam ultrapassar tirando a diferença milha a milha.

"Foi duro sustentar essa vantagem pelo trabalho do Telefónica. É o caminho mais difícil da regata e chegar ao Brasil com essa recepção calorosa. Eu nunca vi isso na minha vida. Nós passamos por vários pontos complicados com ventos na cara e frio, agora é comer uma refeição quente e tomar uma cerveja", relata o comandante Ken Read, experiente velejador de quatro edições da Volvo Ocean Race. A tripulação passará por um check up médico depois da aventura. "Foi a perna mais difícil que corri".

Ken Read elogia a atuação do Telefónica na regata. Os espanhóis foram obrigados a parar no Chile para fazer reparos no casco e tiraram uma diferença superior a 500 quilômetros em menos de cinco dias. Com a palavra, o líder do barco espanhol confiante depois dessa recuperação. "Fizemos uma estratégia correta e contamos com a sorte. Vamos recuperar as forças e tentar vencer a Regata do Porto de Itajaí para presentear esse público que nos recebeu de maneira espetacular", conta Íker Martinez.

A festa em Itajaí, que estreia como cidade-sede da Volvo Ocean Race, teve a participação do prefeito Jandir Bellini, que premiou os velejadores campeões com uma cachaça local e uma medalha do campeonato. Mais de 60 embarcações acompanharam a chegada dos barcos.

Coletiva dos brasileiros da Volvo Ocean Race – Os brasileiros do Telefónica, Joca Signorini e Horácio Carabelli, participaram no sábado passado, às 15h, de uma coletiva de imprensa no auditório do Centreventos, na Vila da Regata, para contar as aventuras e os próximos passos do time espanhol na competição. Joca irá para a Suécia no domingo (8) para visitar sua filha recém-nascida.

A volta do Groupama – O público de Itajaí pode se preparar para a chegada de mais um veleiro nos próximos dias: o Groupama já está novamente na água. Os franceses estavam na ponta quando o mastro quebrou e atrapalhou o sonho da conquista de mais uma etapa (o time venceu a quarta perna). O ágil trabalho da equipe de terra em Punta del Este, no Uruguai, colocou os europeus na rota outra vez e a equipe será a terceira a cruzar a linha de chegada somando 20 pontos. Enquanto o time volta navegando com um mastro improvisado (fortuna), o novo equipamento está a caminho de caminhão, com direito a escolta da Polícia Federal pela BR-101.

Camper também retornou – O barco de bandeira espanhola e neozelandesa saiu de Puerto Montt, no Chile, no sábado e segue viagem até Itajaí. O trabalho de reparação começou no meio da semana liderado por Neil Coz, com a ajuda do local Stephano Beltrando. Em terceiro lugar na classificação geral, o barco vermelho precisa somar 15 pontos válidos para a quarta colocação e continuar na caça ao Telefónica. Se optar por vir de cargueiro, fica sem a pontuação.

"O estado do barco era muito melhor do que eu esperava. Pelas fotos, os danos pareciam piores", conta Neil Cox, agradecendo a ajuda da comunidade de Puerto Montt no processo. "É um pequeno tesouro chileno esse lugar".

Abu Dhabi segue no cargueiro – Nada de velas ao mar. Depois da segunda quebra nesta perna, os árabes são rebocados até Itajaí em um cargueiro e a tripulação deverá chegar ao litoral catarinense nos próximos dias de avião. Os integrantes da equipe de terra devem trabalhar na embarcação apenas no dia 16 e tentar deixar tudo pronto para a Regata do Porto.

"A segurança da nossa equipe sempre foi o prerrogativa primordial. Exploramos todas as opções, mas fomos obrigados a abandonar. Agora é focar em Itajaí", diz Dayne Lim, diretor do Abu Dhabi.

Algumas imagens da Vila da Regata podem ser vistas em nossa Galeria de Fotos.

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