Quebrando o galho – Quilha quebrada

 

Três possíveis soluções:

 

Primeira: Esta solução só funciona para caixas de quilha tipo A-box e E-box boards. Caso você tenha apenas colidido com fundo arenoso ou alguma outra coisa (rede, pedra, etc…). Que não tenha quebrado sua quilha, mas sim arrancado o parafuso de fixação, e a quilha segue meio pendurada na caixa de quilha. Deslize a quilha para fora da caixa de quilha, inverta ela de maneira que a ponta da quilha fique para a frente e a insira novamente no canal de fixação. Suba na prancha com calma. Se você se movimentar para a frente consistentemente, a própria pressão da água deveria manter a quilha no lugar, até que você tenha regressado à margem com segurança.

Segunda: Considere a função da parte quebrada. Ela provém resistência à água, que impede o deslizamento lateral da prancha. Fixe seu trapézio na parte traseira da prancha. Insira a barra do trapézio (com o gancho para cima) nas alças traseiras de sua prancha e ajuste-as, apertando-as e fixando a barra na posição. A parte de tecido do trapézio (cintura ou cadeirinha), ficará pendente para trás da prancha e dentro da água oferecerá resistência suficiente para alcançar a margem.

 

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Terceira: Veleje sem quilha. Difícil de fazer na prática, será facilitado se voce costuma velejar orçado em relação ao seu ponto de partida na margem (Ou no caso de velejo em lagoas, houver a margem atrás de você). Se sua prancha oferecer boa flutuação, levante a vela no puxão, ou no caso de waterstart, posicione seus pés bem próximos ao mastro. Voce sentirá que terá melhor controle se posicionar um dos pés è frente do mastro enquanto velejar. Não será possível utilizar o trapézio e você se sentirá deslizando totalmente a favor do vento de volta à margem. Esta solução pode ser praticada velejando com sua prancha com a quilha à frente (fin first – ver matéria neste site). Será mais fácil se você praticar a partir de um beach start com uma prancha de bastante flutuação. A manobra exige habilidade do velejador, aparenta ser bacana, e se torna parte do repertorio de auto-salvamento do velejador top.

 

Mastro quebrado

 

Duas soluções que envolvem remontagem da vela num mastro mais curto: Se o mastro quebrou logo acima da parte de fixação da retranca, desmonte completamente a vela. Retire a parte superior remanescente do mastro, de dentro da manga da vela. Inverta esta parte do mastro e insira a ponta na parte inferior quebrada (aberta). Remonte a vela sem caçar na base. Dobre e deixe caída a parte superior da vela (no tope), na parte onde acaba o novo mastro (mais curto e com a parte superior invertida). Voce pode tentar amarrar esta parte da vela, para evitar dela ficar se chocando com a força do vento e acabar gerando ainda mais danos ao seu material. Uma solução para isto, é caso sua vela tenha fita de extensão no tope, tentar amarrar a ponta desta fita na retranca. Esta solução funciona e é suficiente para retornar são e salvo à margem – o amigo Caio do Windville já se salvou de uma bela enrascada exatamente da maneira descrita.

 

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Caso a metade inferior de seu mastro tenha prensado e esmagado, você poderá considerar o segundo método. Solte a vela na base e na retranca. Remova o topo do mastro de dentro da manga da vela (pela abertura de fixação da retranca). Insira a metade superior do mastro (com a ponta para baixo) na parte inferior da manga da vela (se valendo da abertura de fixação da retranca), até o limite inferior da vela. Cace um pouco a vela. Em algumas velas existe uma cinta de aperto da vela contra a extensão. Utilize esta cinta (quando houver) para amarrar juntos as partes inferior e superior do mastro. Caso a cinta alcance somente uma das partes do mastro, amarre a superior. Utilize a sobra do cabo da extensão para reforçar esta amarração das partes. Em seguida utilize o cabo do trapézio (do lado oposto ao que você precisará para retornar à praia), para amarrar as duas metades do mastro o mais próximo possível logo abaixo da fixação da retranca. Insira a parte superior da vela na metade de mastro mais longa após a amarração. Pode vir a ser necessário caçar bastante na retranca para reduzir a bolsa formada na vela. Dobre a sobra superior da vela e tente fixá-la conforme descrito acima.

 

Retranca quebrada

 

Existem duas soluções, caso apenas um dos lados da retranca tenha quebrado. Voce é esperto em velejar com a retranca para a frente (tipo na saída do jibe)? Esta é a primeira solução. A segunda requer um pouco mais de tempo. Desmonte a retranca e inverta o lado da mesma (se necessário), de maneira que tenha o lado inteiro ainda disponível para retornar à margem.

Nota: Eu já apliquei esta técnica e funciona. A vela perde bastante do shape (aumenta a bolsa), e portanto não é possível planar, mas funciona o suficiente para retornar à base.

 

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No caso da retranca ter se partido completamente e não ter mais como utilizar qualquer das partes, você pode fazer uma retranca à base de cordas, utilizando para isto seu s Kits trapézio, cabo de fixação da retranca no mastro e cabo de caçar a vela. O cabo (corda) formado deverá ter o comprimento da vela, com a parte mais grossa do conjunto posicionada de maneira a ser a que você deverá segurar. Amarre uma extremidade ao mastro, na posição em que a retranca costumava ser fixada. E a segunda extremidade deverá ser amarrada no olhal da vela. Abra bem seus braços. Voce logo descobrirá a importância de uma retranca bem rígida. O texto original ainda destaca que esta solução pode funcionar quando você estiver sendo rebocado (neste caso para que fazer tudo isto???) ou quando seu material aceitar ser feito o puxão para levantar a vela da água. Caso alguém já tiver conseguido fazer o waterstart com uma retranca de corda, por favor dê sua contribuição e nos escreva dizendo como conseguiu.

 

Rompimento do Pé de mastro

 

Quando foi a ultima vez que voce checou o estado do tendão de seu pé de mastro? Já tratamos deste assunto neste site.

Dependendo de onde quebrou, voce pode velejar de volta se valendo dos cabos (ou cinta) de segurança do próprio conjunto. Ou então, tentar amarrar e juntar as partes utilizando a sobra do cabo da extensão (após ter caçado a vela). Antes de amarrar, dê uma boa laçada com este mesmo cabo na parte inferior de sua extensão, de maneira a evitar do cabo se soltar dos mordentes de fixação caso a amarração puxe demasiado naquele ponto.

Caso não tenha restado muito do pé de mastro, suficiente pra amarração, tente passar o cabo por baixo da base (por dentro do canal da prancha). Caso não passe, solte a base e após ter passado o cabo, volte a reapertá-la. Esta solução pode vir a danificar o deck de sua prancha.

 

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Pode ser interessante fixar uma botinha ou qualquer outra parte de tecido na base do que sobrou de seu pé de mastro (ou extensão) para evitar danos.

A ultima opção seria velejar com a base de seu rig amarrada ao pé que irá à frente no retorno à margem, mas o cara precisa ser um artista pra fazer esse waterstart.

 

Amarras

 

Nó bem feito é aquele facil de fazer e também de desfazer. Os seguintes nós deveriam fazer parte do repertorio de todo bom velejador:

 

  1. Lais de Guia. O Lais de Guia (Bowline em ingles) fornece uma alça que não enforca. Pode ser usado na extremidade de um cabo para rebocar alguém, de maneira que possa ser facilmente desengatado (do gancho trapézio) no caso de necessidade ou emergência. Não havia sido tratado na matéria anterior, porém é desejável que no caso de reboque (principalmente no mar com ondas), exista a possibilidade deste desengate fácil (segurança).

 

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  1. Nó de Escota. Utilize este nó para unir 02 cordas diferentes. É muito mais confiável que o nó direito e funciona principalmente quando o diametro dos cabos é diferente. Em meus tempos de escoteiro, era usado para amarrar a bandeira no cabo que a iça. Resistente ao balançar gerado pelo vento e fácil de desfazer.

 

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  1. Volta do Fiel. Usado para fixar uma linha (cabo) em torno de um objeto redondo como por exemplo mastro ou retranca. Eu particularmente o utilize para fixar a extremidade do cabo após ter caçado a vela na retranca.

 

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  1. Volta do Fiador. Nó utilizado como batente (ex: na extremidade do cabo da extensão. Melhor que o nó cego, pois dá mais volume e permite desfaze-lo mais facilmente.

 

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Quando abandonar o rig e quando desmontar, enrolar e salvar

 

Material irremediavelmente danificado e cheio de cantos vivos, deve ser profundamente afundado, isto após remover todo cabo com possível utilidade. Como forma de compensação por esta atitude, na primeira oportunidade (são e salvo) voce deverá pegar um saco de lixo (100 litros) e enche-lo de lixo catado na praia.

Caso com um dos reparos provisorios descritos acima, você esteja ainda assim lutando e lutando sem grandes resultados, considere desmontar o conjunto e enrolado sobre a prancha, remar de volta pra margem. A parte superior do mastro dá um razoavel remo.

E caso ainda assim, voce não esteja tendo grande progresso no remo (ou nado), considere abandonar o rig (nunca a prancha). Sua vida é irreparável.

 

Fonte: http://www.iwavesolutions.com/lefebvre/Windsurfing/Articles/safety.html

 

Bons ventos a todos,

 

Carlos Jürgens

  

 

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