Domingo de Páscoa (04/04/10), praia de Armação (Penha – SC), entra “aquela” bufa.

Tudo preparado, prancha JP 120 litros, vela 6.8, mar completamente flat e muito velejo, de repente ao entrar num jibe lá no fundo, a aprox. 800 m da praia, eis que rompe o pé-de-mastro.

Cair num jibe com aquela pressão de vento, principalmente para quem está em fase de aprendizado da manobra é bastante normal, mas ao cair olhando para o lado, ver a prancha boiando embora sendo levada pelo vento é desesperador. Lembrei no ato do vídeo que assisti na sexta-feira anterior e no qual era recomendado: No caso de imprevistos na água, escolha sempre a prancha.

Não tive duvida. Abandonei o rig e nadei rapidamente para a prancha. Alcancei a prancha e felizmente o rig não afundou.

Aí entrou em pratica o ensinamento da segunda lição do mesmo vídeo da sexta: Leve sempre uma cordinha extra com você. Desenrolei a dita cuja e tentei amarrar a extensão ao que sobrou do pé-de-mastro, mas em função do vento estar me arrastando para o fundo e principalmente contra a “plantação” de mariscos que existe naquela praia, tentei rapidamente levantar a vela do jeito que estava e como não foi possível, comecei a nadar em direção à praia arrastando toda a, naquela altura do campeonato, “tralha”. Mesmo com o colete flutuador que estava usando, devo confessar que nadando com todo o equipamento e praticamente contra o vento, não consegui avançar mais de 300 m. Estes 300 m e uma pequena afrouxada no vento me permitiram refazer a amarração da vela ao pé-de-mastro e com bastante esforço, consegui erguer a vela e me arrastar até a praia. Este tipo de quebra-galho, amarrando as partes devo os créditos ao meu amigo Lui, que me contou uma vez um “causo” semelhante e me deu a inspiração para a solução ao meu problema.

Sei que velejadores carimbados conhecem perfeitamente todo o descrito acima, pois quem nunca passou por uma roubada em algum momento de seus velejos? Mas nem todos que acessam nossa página são experts, e por isto, seguem algumas dicas de segurança que podem ser úteis a todos que praticam e amam este maravilhoso esporte chamado Windsurf:

– Sempre veleje acompanhado, ou tenha alguém que saiba onde você está e no caso de você não retornar, possa acionar socorro. Em meu caso estava sozinho, mas minha família estava em minha casa de praia.

– Se for velejar em mar aberto, se possível, leve um celular numa embalagem impermeável.

– Tenha sempre uma cordinha extra.

– No caso da roubada, escolha sempre a prancha. Outra opção ao invés de nadar arrastando todo o equipamento, seria desmontar tudo na água e prender sobre a prancha para facilitar o nado. Esta solução é especialmente recomendada no caso de quebra do mastro.

– O colete flutuador, apesar de muito pouca gente usar, é altamente recomendado. Segurança em primeiro lugar.

– Em situação de emergência, mantenha a calma.

– E finalmente, tenha sempre seu material revisado para evitar possíveis enrascadas.

No mais, bom velejo a todos.

 

Em tempo: O trapézio amarrado por baixo da prancha e fixado às alças fornece uma solução razoável para a perda ou quebra da quilha.

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