Artigo extraído da sessão “The Skinny” da revista Windsport, edição Early Summer 2010

O período de férias escolares nas universidades norte-americanas (no hemisfério Norte, metade do ano) é quando os universitários procuram por trabalhos de verão.

Os colegas de classe de Princeton de nosso redator – Graham Ezzy, costumam encher a boca com palavras como: JP Morgan, bancos, dinheiro, fundos de investimento, Goldman Sachs, McKinsey, trabalho, carreira, etc… e procuram por oportunidades de trabalho nestas áreas afins. Ele ao invés, vive seu verão velejando. Windsurf da manhã à noite.

Quando seus amigos perguntam por seu verão, ele tenta desconversar, mas caso alguém realmente insista, ao invés de mentir ele simplesmente responde “Estive competindo ou praticando”. Quando perguntam competindo em que, a resposta é Windsurf.

A reação de seus colegas pode ser medida pela expressão de desaprovação dos mesmos, que seguramente não entendem o termo Windsurf ou até mesmo vida em geral. Para Graham, o Windsurf ensina as mais importantes lições na vida.

Windsurfistas são uma tribo que ultrapassa qualquer barreira econômica ou social. O rato de praia que dedica sua vida inteira ao esporte, torna-se um igual ao medico profissional que gasta toda hora livre “caçando” o vento. Que o digam os amigos velejadores do Windville.

Windsurfistas são todos – atores, engenheiros, empresários, chefes, artistas, veterinários, refugiados, políticos ou simples estagiários, não importa. Quando estão na água tornam-se apenas velejadores, igualados pelos mestres comuns: O vento e a água.

A segunda lição de vida aprendida por Graham é a respeito de movimento. Windsurf é viagem. Independente se como profissional para países de todo o mundo, ou como amador e simpatizante, indo a Floripa, Ibira ou até São Miguel do Gostoso, Jeri ou Aruba como uns e outros. A cultura e conhecimento que se adquire com estas viagens expandem a visão de vida e mundo de qualquer um. Isto é obvio. Mas a pessoa que nunca deixa seu ninho, tem dificuldade em se imaginar movimentando-se pela água do ponto “A” ao “B” pelo prazer de ter chegado lá, apenas para logo em seguida ter de retornar ao “A”. E ainda mais em fazer isto de novo, e de novo, e de novo…

No fundo, windsurfistas são simplesmente mais iluminados que as pessoas comuns porque o esporte é uma das mais verdadeiras formas de meditação. Pessoas e viagens, ambos são importantes, mas até mesmo em seu mais singelo nível, Windsurf é supremo. Mover-se com o vento, desviando através das ondas e deslizando pela água, o windsurfista realmente integra-se com a natureza tornando-se um só.

A mente e os pensamentos como que se dissolvem e ao mesmo tempo tornam-se hiper-conscientes, ao mesmo tempo em que o corpo instintivamente reage a qualquer alteração no meio. Isto é vida no mais alto nível: Você velejador sabe a sensação.

Os demais colegas de classe estão nada mais que perdendo ou desperdiçando a vida. Eles deixam seus trabalhos e carreiras eclipsar tudo. Com 80 horas semanais (acordado), cada minuto não dedicado ao trabalho é reservado para descanso ou a bebida (seu único meio de descarregar o stress). Eles rebatem qualquer argumento dizendo: “Quando eu for velho, serei rico suficiente para fazer o que quiser”. Eles não se tocam que estão na realidade trocando sua juventude por dinheiro (mesmo que para alguns por montes de dinheiro). Estão trocando seu tempo por dinheiro. Dinheiro que não poderá depois ser novamente usado para comprar uma segunda juventude.

Nem todos podem ou tem condições de gastar todos os seus verões ou até mesmo suas vidas atrás do windsurf, mas todos deveriam tentar gastar o maximo possível de seu tempo na água, pois nos finalmente, todos nós deveríamos estar usando nosso tempo para VIVER.

Em tempo, foram postadas em nossa Galeria de Fotos, uma nova série de fotos com o título "Companheirismo – Ibira Jun_11". Estas fotos foram batidas na noite de sexta (17/06/11) quando o Deboni e o Jonas muito bem nos receberam em suas casas para um Happy Our e onde nasceram as pérolas do Windville, entre elas o "Winderrubado", conforme a foto auto-explicativa pode demonstrar.

 

Abraço a todos e Bons Ventos,

Carlos Jürgens

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