Jibe com ondas e vento forte
Para início de conversa: Ninguém consegue permanecer planando em 100% das tentativas de jibe, principalmente nas condições de ondulações e vento forte. Ondulações seguidas reduzem a velocidade da prancha, necessitando de mais potencia de vento para manter a velocidade e trazendo em consequência a tendência da rabeta escapar ou a prancha entrar em spinout, tudo ajudando a novamente perder velocidade. Definitivamente não é fácil. Em algum ponto no meio disto tudo, você corre ainda o risco de perder seu equilíbrio.
Encontrar um ponto menos ondulado e com bom vento já é meio caminho andado para o jibe nestas condições, mas provavelmente não mais do que isto. Seu estado mental é muito importante. Estando apto a reconhecer quando entrar no jibe, quando flipar e trocar os pés, quando e quanto de seu peso jogar mais para a frente é tudo consequência de muito, mas muito tempo na água, praticando.
Em alguns fóruns internacionais encontrei algumas dicas interessantes que descrevo a seguir. O conceito fundamental do jibe não será descrito, apenas as dicas importantes.
1) Olhe sempre para a frente, para a curva que você irá descrever. Na saída, continue olhando para seu novo objetivo. Toda a sequencia do jibe, com flipagem da vela, troca de base, etc… deve ser feita por instinto (prática, muita prática).
2) Entre no jibe o mais rápido que você puder. Procure um ponto com menos ondulações ou aproveite uma onda e desça por ela para aproveitar o espaço flat na frente dela e ao mesmo tempo ganhar velocidade.
3) Seu corpo precisa acompanhar a vela. Seria mais ou menos como se você ainda estivesse enganchado no trapézio. Isto irá deslocar seu peso para o centro da prancha e manterá ela planando.
4) Absorva as ondulações com seus joelhos dobrados, funcionando como molas. Exagere nesta posição. Quanto mais você flexionar os joelhos, mais fácil será absorver as imperfeições da superfície da água. O recomendado é que no momento do jibe você olhe à sua frente por baixo da retranca.
5) Cave 60º a 90º do jibe, nunca 180º. Você pode sair do jibe ainda arribando. Após ter retomado a posição de planeio, encaixado nas alças e trapézio, você ajusta sua nova direção de velejo.
6) Faça a cavada curta, evitando a passagem sobre muitas ondas. Na realidade quanto mais larga for sua curva, menos velocidade você perde, porém mais ondulações irá encontrar pela frente. Esta relação entre ondas x velocidade x raio da curva do jibe, deverá ser avaliada por você mesmo na hora, segundo as condições de seu velejo.
7) Saindo do jibe, imediatamente dê muita pressão na sua vela.
8) Principalmente no momento em que sua vela estiver sem pressão (+/- na metade do jibe), é muito importante sua posição com o peso do corpo à frente, mantendo a prancha flat na água e em consequência o planeio.
Em resumo: Velocidade, ângulo do corpo (com peso à frente), joelhos bem flexionados e escolha do melhor local, são a chave para um belo e potente jibe nas ondas e águas muito mexidas. E novamente: Prática, muita prática.
Segue abaixo o link para um novo vídeo postado no youtube, do velejo que realizamos no sábado (25/08/12) em Barra do Sul. Como pode ser visto, ainda não aprendemos muito bem a lição do jibe nas ondulações. Faltaram principalmente os joelhos flexionados.
http://www.youtube.com/watch?v=04TzGpG9VWc
As fotos estão na galeria de fotos de nosso site.
Abraço a todos e Bons Ventos,
Carlos Jürgens
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