Pensando em trocar sua extensão? Tão importante quanto a vela ou a prancha, é este pequeno componente e que nem sempre é devidamente valorizado.
Não existe nada mais irritante do que uma extensão que não funciona corretamente. Este componente do rig deveria simplificar sua vida, permitindo um ajuste facilitado da tensão da vela e um acoplamento simples ao pé-de-mastro. Mas nem sempre é assim e portanto na hora de adquirir uma nova extensão, muita atenção aos produtos disponíveis no mercado.
Falando em ajuste de altura, existem 02 sistemas principais em uso no mercado: Colar + pino e Anel + Colar. O sistema de Colar + pino já foi duramente testado e funciona muito bem, porém existe sempre a possibilidade de perder o pino e se você está precisando de um ajuste zero em sua extensão, normalmente o uso do colar eleva seu rig um par de centímetros.
Já o sistema de Anel + colar, usado pela Severne, Pro-Limit e NeilPryde possui 02 vantagens significativas: Não existe o pino para perder e ele normalmente é em torno de 2 cm mais baixo que o sistema anterior, permitindo uma altura mínima mais reduzida. Porém, normalmente seu preço é mais alto e está mais sujeito a danos nos canais do anel devido a corrosão.
Facilidade no ajuste da vela, sem o cruzamento dos cabos, qualidade das polias e sistema de travamento do cabo são detalhes a serem observados. Normalmente, quanto maior o diâmetro das polias, mais fácil será esticar o cabo.
Já o sistema de travamento do cabo merece uma explicação a parte. Imagine sua vela deitada no chão. Você em pé na base dela, de forma a que a manga da vela (e portanto também o mastro) estejam a sua direita e o olhal da retranca a sua esquerda. Esta é a posição usual de montagem das velas, conhecida internacionalmente como starboard tack. Os dados de mastro e extensão estão normalmente impressos neste lado da vela e a maioria das retrancas são projetadas para serem fixadas ao mastro nesta posição. Por esta razão, faz sentido que o sistema de travamento do cabo esteja posicionado para cima quando a vela estiver nesta posição. Esta posição irá permitir posicionar seu pé mais próximo à trava quando estiver caçando a vela.
Quanto ao sistema de encaixe ao pé-de-mastro, o sistema mais difundido no mercado é o com 02 bolas laterais a serem apertadas simultaneamente para o encaixe/desencaixe. O sistema com 01 pino central possui algumas vantagens: Facilidade de uso, centro mais baixo do rig e neste caso talvez o mais importante: Standardização. Porém, independente de sua escolha, o mais importante é você seguir uma linha de produtos. Se ao trocar de rig, você for obrigado também a trocar o pé-de-mastro, a coisa se complica e numa regata por exemplo, o tempo de troca do componente pode ser fator determinante numa troca de vela.
IMPORTANTE: Sempre verificar o estado geral de sua extensão e de seu pé-de-mastro. Uma quebra de um destes componentes pode representar um perigo considerável ao seu velejo e fazer o retorno à margem se tornar uma experiência nada agradável. Palavra de quem já passou por esta experiência.
Nossa recomendação: A extensão de alumínio da Chinook. A possibilidade de retirada do Colar + pino (sem perdê-lo, pois é preso ao colar), dando assim a possibilidade da regulagem zero, o bom diametro das polias permitindo caçar facilmente a vela e o bom posicionamento do sistema de travamento do cabo, na opinião de muitos dos velejadores do Windville Club, fazem desta extensão uma das boas relações custoxbenefício do mercado.
Porém, se você puder se dar ao luxo de gastar um tanto a mais, com certeza a extensão Power XT da North Sails é “A” extensão. O Cardoso que o diga. A grande vantagem deste sistema é permitir a regulagem da vela mesmo com o rig montado e dentro da água, sem precisar desmontar ou desencaixar absolutamente nada. A desvantagem é o preço que impõe inclusive o uso de pé-de-mastro com encaixe do tipo pino.
Abraço a todos e Bons Ventos,
Carlos Jürgens
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