Algumas semanas atrás, foram postadas 02 matérias, na minha opinião muito interessantes, sobre a posição do pé de mastro.
Relacionado àquele assunto, lembrei de uma pergunta que recebi a algum tempo atrás da esposa de um grande amigo meu, também velejador. Ela perguntou porque seu marido, apesar de estar já planando e utilizando o trapézio, é nitidamente mais lento que outros velejadores mais experientes.
As razões são diversas e só com muito treino ele irá chegar lá. Porém o simples fato de encaixar os 02 pés nas alças já lhe trará um ganho considerável, e relacionado a isto vem a explicação de como a força que é transmitida pelo pé de mastro permite ao velejador maiores velocidades.
Como o meu amigo ainda não encaixa os pés nas alças, ele precisa ficar em pé sobre a prancha, ou ao menos com um mínimo de pressão sobre os pés, para permitir manter o controle sobre o equipamento e evitar a catapulta. Ou seja, seu peso está todo na rabeta da prancha. Isto fará com que a rabeta afunde ao mesmo tempo em que levanta o bico.
No momento em que o velejador encaixa os 02 pés nas alças e souber “sentar” no trapézio, seu peso será transferido via trapézio, retranca e mastro até o pé de mastro. Com isto a rabeta da prancha fica leve e sobe, ao mesmo tempo em que todo o peso é transferido à parte central da prancha. Com esta sequencia de movimentos a prancha passa a deslizar melhor na água propiciando mais velocidade, aumento de controle e muito “Power”, pois no momento em que entra a rajada os pés nas alças seguram o rojão e permitem transformar a pressão do vento em velocidade real.
Como tudo isto se relaciona ao pé de mastro? Quanto mais para a frente você posicionar seu pé de mastro, mais plana a prancha deslizará sobre a água evitando o arrasto pela rabeta afundada e mais rápido será seu velejo. É bastante simples na teoria. Para chegar lá, somente com muita prática e por que não dizer? Coragem. Mas aí é que está a adrenalina para quem curte o slalom.
Grande abraço e Bons Ventos a todos,
Carlos Jürgens
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