Verão, sol, calor e… água viva! Saiba como tratar as queimaduras.
Também conhecidas como medusas, as mais de 900 espécies existentes de águas-vivas são mais freqüentes no verão, quando a água do mar se encontra mais quente.
Estes animais são normalmente solitários, mas em alguns casos andam em grupos.
Ainda assim, felizmente a maioria das queimaduras de medusa não são sérias.
Os ferimentos causados por esses cnidários representam um alto índice de acidentes entre surfistas.
Para se ter uma idéia, a cada ano 130 milhões de turistas no mundo inteiro sofrem estes ataques, executados através de seus tentáculos urticantes chamados cnidócitos.
Para capturar a presa, o animal produz um túbulo urticante com veneno, chamado nematocisto, que é liberado quando os tentáculos entram em contato com um peixe ou uma pessoa.
No momento do contato, milhares de nematocistos são liberados afim de paralisar a presa.
Sintomas
Os ataques são mais comuns nas regiões das pernas e braços.
A toxina liberada pelo animal, em contato com a pele, causa ardência e dor intensa no local, que pode durar alguns minutos ou vários dias.
A área fica vermelha, com comichões e alguns vergões aparentes.
Segundo pesquisa da Centro de Informação Toxicológica de Santa Catarina, em 93% dos casos há dor, e em apenas 7% existe a formação de bolhas.
A seriedade depende da extensão da área atingida, do tipo de animal que atacou e das características da vítima.
Em casos mais graves podem ocorrer dores de cabeça, náusea, vômito, espasmos musculares, febre, arritmia cardíaca, suador, desmaio e até choques anafiláticos.
Tratamento
Quando picado, remova qualquer tentáculo visível, evitando o uso dos dedos.
Use uma toalha ou pano, enxague com água fresca ou salgada, mas jamais use vinagre.
Sobre a utilização do vinagre (ácido acético de 4 a 6%), usado largamente como inativador dos nematocistos, alguns estudos assinalam que o mesmo não tem ação anti-álgica e é efetivo somente para a desativação das descargas posteriores dos nematocistos de apenas algumas espécies, podendo provocar efeito contrário em outras.
Soluções alcoólicas metiladas como os perfumes, loções pós-barba ou mesmo bebidas alcoólicas (etanol) não devem ser utilizadas, pois em alguns casos podem induzir mais descargas e/ou prolongar a agonia da vítima. Em contrapartida, o hidróxido de amônia diluído a 20%, o bicarbonato de sódio diluído a 50% e o soro do mamão papaia (antiga técnica usada pelos nativos havaianos), além de outros tipos de medicamentos, têm sido usados com variado grau de sucesso para reduzir a ação da peçonha e desativar os nematocistos dos tentáculos que ainda permanecem grudados no local lesionado. Existem relatos não científicos de que a urina também teria efeito sobre a peçonha. Como não há comprovação médica, seu uso é desaconselhável.
Bolsas de gelo podem ser necessárias para aliviar a dor e sensação de queimação.
No caso de sintomas mais graves e choques anafiláticos, procure um médico imediatamente.
Para remover os restos de nematocistos, aplique uma pasta de bicarbonato de sódio, pó de talco ou farinha e água do mar.
Espere secar e remova com a borda de uma faca.
Se persistirem os comichões, aplique pomada de hidrocortisona 4 vezes ao dia e tome uma ou dois comprimidos de 25 miligramas de difenidramina a cada 6 horas.
Essas medicações são vendidas sem prescrição médica.
Não dirija, nade ou surfe após essas tomar difenidramina, ela pode causar sonolência.
Para aliviar a dor, use analgésico.
Prevenção
Evite qualquer tipo de contato com medusas, em especial com os tentáculos.
Na região de Queensland e Gold Coast, na Austrália, algumas espécies de águas-vivas produzem venenos muito dolorosos e poderosos, capazes de matar uma pessoa.
Fonte: Surfing & Health, de Joel Steinman MD. Editora Meyer & Meyer Sport.
Bons Ventos e Feliz 2014 a todos,
Carlos Jürgens
Comentários