Ezzy Basic Sail Design Theory – Parte 2

Materia retirada de www.ezzy.com e continuação de Ezzy Basic Sail Design Theory – Parte 1.

O contorno da vela pode ser separado em tres diferentes linhas: Manga, Pé ou esteira e Valuma.

Curvatura da manga é a é a quantidade de curva que é construída na parte frontal da vela. A vela com mais curvatura na manga irá requerer mais força de esticamento (caçar a vela no mastro) no seu pé e terá um perfil mais rígido. Vela com menos curvatura no mastro será mais fácil de caçar e terá um perfil mais soft (flexivel). Curvatura do mastro também é usada parac ontrolar o torcimento da vela no seu topo. Quanto mais reto o mastro, mais flat (plana) será a vela e mais esta mesma vela irá torcer.

Curvatura da esteira é a quantidade de curva construída na linha inferior da vela a partir do pé da mesma. Velas para wave e freestyle tendem a ter esta curvatura menor, de forma a manter a esteira da vela fora da água durante as manobras. Velas de slalom e race tem mais curvatura, de forma a facilitar fechar o gap (fechar a esteira) entre esta linha da vela e a prancha. Fechar a esteira aumenta significativamente o potencial de velocidade de uma vela.

Valuma é a linha traseira da vela, partindo do ilhoz traseiro (para caçar a vela externamente) até o tope da vela. A parte da valuma que pende para trás de uma linha reta ligando este ilhoz até o tope é chamada área de escape da vela. A parte de máximo escape normalmente corresponde à parte de máximo torcimento da vela. Como visto anteriormente, o maximo torcimento deve estar no topo da vela e em consequencia também o ponto de maior escape deverá estar naquela posição.

Perfil da vela pode ser obtido através de:

1-  Excesso na manga para formação da curvatura (bolsa)

2-  Formato dos paineis

3-  Talas

4-  Cambers

Uma vela formatada com bolsa excessiva na manga, terá mais curvatura de bolsa do que de mastro após montada e estufada de vento. Isto formará uma cavidade próximo ao mastro, que no caso de uma vela com muitas talas (slalom ou race) irá se configurar em rotação das talas. O problema com velas formatadas com apenas este método é que em ventos fortes, o mastro se curvando mais, se perderá o shape na parte frontal da vela.

Costurar painéis que possuem bordas curvas um ao outro, formará o shape ou formato da vela. Uma vez que os painéis estão juntos(costurados), assumirão um pre-determinado perfil aerodinamico. Este shape dos painéis quando usado em conjunto com o perfil obtido na bolsa da manga, produzirá uma vela com um perfil mais estável. O shape nos painéis (costura das bordas curvas) pode ser vertical ou horizontal. O shape horizontal é normalmente feito na linha das talas e é um método melhor que o vertical porque controla a curvatura da manga para a valuma.

Talas são usadas para sustentar os painéis na zona de escape da valuma e também para dar o perfil à vela. Um problema com talas tradicionais é que são assimétricas estando as talas todas posicionadas num mesmo lado da vela. Flipada para um lado, as talas irão empurrar contra o corpo da vela, flipada em direção contraria, as talas esticam a vela pressionando contra as suas bolsas. Isto pode ser visto em diversas velas que quando bem caçadas em sua base, a parte frontal das talas tenta formar um “S” e também a tala inferior quer permanecer em apenas uma posição quando flipada.

Muitas velas quando montadas e em repouso (não estufadas pelo vento) possuem as talas que avançam além do centro do mastro.Este é normalmente um exemplo de vela rotacional e é uma vela que possui seu perfil formado do topo para a base da vela (vertical) na bolsa da manga.

Estas velas produzem exatamente o perfil oposto do que é desejável. Quando estão em repouso (ou com vento fraco), as talas inferiores e intermediárias giram dificilmente em torno do mastro. Como não possuem muito perfil horizontal em seu corpo, seu perfil é normalmente bastante liso e avançado – não recomendável para vento fraco. Então, conforme o vento for estufando esta vela, as talas vão se posicionando da posição avançada em relação ao mastro para trás. O resultado é mais pressão na parte de trás da vela, que não é o recomendável para ventos fortes. Então, pode ser visto que velas rotacionais funcionam exatamente da forma oposta que deveriam. Transitam de um perfil liso em ventos fracos para um perfil mais curvado na parte traseira em ventos fortes e isto se reflete em uma vela que puxa voce para a frente em ventos fracos e que força sua mão de trás nas rajadas. Seria muito melhor se a vela iniciasse com mais pefil em ventos fracos e conforme o vento fosse fortalecendo, este perfil se mantivesse e principalmente não fosse transferido a pressão para a mão de trás.

Falando em velas não rotacionais (que não possuem o shape formado pelo excesso de bolsa na manga), um benefício secundário é que este tipo de vela não é tão sensível à rigidez do mastro. Este tipo de vela, como normalmente possui seu shape formado horizontalmente na linha das talas,pode utilizar mastros mais flexíveis, que são mais fáceis de caçar na base e dão uma sensação de mais “liberdade” na água, porque a manga mantém um  pouco mais de perfil enquanto ao mesmo tempo a valuma é mais solta.

Continua em Ezzy Basic Sail Design Theory – Parte 3…

Bons Ventos a todos,

Carlos Jürgens

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