Repórter de "AN" encara aula de windsurf
Postado por Maellen Muniz, às 6:05 de 08/02/120
"Definitivamente, a cobertura de verão do AN na sua praia fez com que eu superasse minha falta de habilidade em várias atividades. Primeiro foi a estreia com o remo em punho para deslizar nas ondas no waveski. Depois, a experiência tensa em guiar um triciclo a pedal lotado de gente mesmo sendo uma catástrofe ambulante com bicicletas. E para fechar, a superação com o fato de eu ser a personificação do desastre. Sempre achei o máximo sentar à beira-mar e observar velejadores passeando com o equipamento de windsurf. De longe, tudo é tão suave com o embalo do vento que até parece fácil. Minhas canelas estão roxas e meus braços doloridos. Mas, não importa porque meu ego fica repetindo todo bobo: "Oi, eu velejei!".
Meu professor é fera – Caio Uller veleja desde a década de 1980 – e até me parabenizou no fim da aula, que ocorreu em uma tarde de vento ideal para iniciantes, na lagoa de Balneário Barra do Sul. Lógico que eu caí muito da prancha até pegar o jeito. Todos os movimentos são ensinados antes de entrar na água. O equipamento para aprendizado é composto por uma prancha-escola de 205 litros e uma vela de 4 m². Em terra, é hora de decorar a sequência a ser executada na água. Sobe na prancha, posiciona os pés no centro, segura o puxão (corda com que o velejador levanta a vela), flexiona as pernas em um ângulo de quase 90 graus, puxa a vela, cruza o braço para firmar a mão na retranca (alça que prende a vela ao mastro) e boa sorte, meu amigo (porque nessa hora já dá pra sentir a pressão do vento).
Caio garante que esse é um esporte para todos os tipos de pessoa. "O condicionamento físico de cada um é que vai definir o tempo de treinamento para pegar o jeito", explica. Além da disposição em aprender os movimentos, é preciso estar preparado para fazer muita força. Na água, a vela fica ainda mais pesada. O segredo para o sucesso no windsurf é a concentração. Aos poucos, os movimentos vão ficando naturais e você consegue avançar. "Windsurf é equilíbrio, persistência e garra", diz o professor.
Confesso que pensei em abandonar a aula. Em um determinado momento, as canelas (que batiam na borda da prancha toda vez que eu pegava impulso para subir) latejavam e os braços estavam dormentes com a intensidade da força que eu tinha que fazer. Só que eu não podia decepcionar meu professor, que dizia que meus movimentos estavam todos certos e que a qualquer momento eu velejaria. Respirei fundo. Concentrei-me nos movimentos e nos erros que não podiam se repetir. Foi uma distância curta, mas foi suficiente para sentir a liberdade de estar deslizando sobre o mar sentindo o vento batendo no rosto. Caio ficou orgulhoso e brincou: "Quem sabe não teremos mais uma velejadora?". Estou pensando no assunto.
Apoio para quem quer velejar
No Norte de Santa Catarina, a referência é o Windville, clube associado à Associação Catarinense de Windsurf com cerca de 30 velejadores . "Somos reconhecidos pela entidade estadual como o clube que mais incentiva e promove o esporte no Estado", revela o velejador Caio Uller. O pessoal do Windville está à disposição para auxiliar qualquer pessoa que queira se aventurar no windsurf. Eles dão dicas de equipamentos e macetes de como pegar o jeito na arte de velejar. Caio garante que três aulas são suficientes para o sujeito fazer um trajeto de ida e volta. "Para aprender, o melhor local na região Norte é a lagoa de Barra do Sul. Não tem onda e está bem protegida. Depois que a pessoa pega o jeito, pode encarar as águas da Enseada e de Piçarras", sugere o velejador. O site do Windville está preparado para atender os interessados pelo esporte. Lá tem todos os links para contato, escolas de windsurf, classificados de equipamentos e dicas para velejadores."
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